quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

O papão do lóbi

O Diário Económico escreve que Agências de comunicação querem trabalhar no Parlamento. Luís Paixão Martins, presidente de uma das empresas que mais trabalha em comunicação política, a LPM, enviou uma carta ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, para que seja permitida a acreditação, no Parlamento, de profissionais da sua consultora. Tratando-se de funcionários de uma empresa de comunicação, sem carteira profissional de jornalista, Paixão Martins pretende algo inédito em Portugal: ter acesso aos deputados de forma a “obter uma informação mais fidedigna de todo o processo legislativo”.


A ideia choca um bocado! Não tinha pensado ainda nesta situação. E à primeira vista parece um pouco absurdo e estapafurdio. Mas por outro lado, poderá ter alguma coisa boa, já que este tipo de lóbi sempre existiu e sempre irá existir (é uma espécie de aborto clandestino) que é preferivel que seja feito legalmente e às claras do que pela porta do cavalo. Esse é um dos aspectos positivos dos EUA - todos os lobbies têm que ser declarados e feitos às claras. Existe até uma página na internet onde se pode consultar todo o tipo de lobbies activos e qualquer cidadão do mundo poderá ter acesso a essa lista.

O que é certo é que por cá, ainda não há regime jurídico do lóbi. Mas todos os dias praticamos lóbis se pensarmos bem (o simples facto de tentarmos influenciar um amigo a ir a um bar em vez de outro para beber uma cerveja pode ser visto como um lóbi, uma gestão de sensibilidades).

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