Tenho um problema quando escrevo… aliás, tenho dois problemas… bem visto, até tenho muitos problemas quando escrevo (já sem falar do principal problema que tenho relacionado com a escrita… que acontece quando não escrevo). Bem, problemas de escrita à parte, isto de ser um estrangeiro em Portugal nem sempre é fácil, tirando quando se é pinante, moinante, rico, exilado, ou minimamente esperto para perceber que um nome estrangeiro que não faça lembrar países do leste, da América do Sul ou de África (pelo menos os mais pobres), bem aproveitado, até é capaz de vender per si.
Ora, sendo filho de pai romeno e de mãe siciliana, cigano de alma e mafioso de fé, ainda tenho uma costela de Ceausescu e um perónio de Mussolini na minha constituição. Como a declaração de IRS já não rende o que rendia através da declaração de filhos, já vendi todos os Magalhães que o governo me deu, a contrafacção se encontra dominada pela joint venture ciganos-chineses e o molestamento de idosos se encontra sobre o controlo do eixo Brasil-países do leste, não percepciono, actualmente, grandes oportunidades de negócio, tendo em conta a minha área de formação, pelas terras de Afonso Henriques.
De modos que hoje me vou dedicar por inteiro à formação na cultura lusitana, batendo da minha mulher e dizendo mal do país enquanto esta me limpa a casa, cose as meias, e me prepara o repasto homónimo ao som do grande sucesso do segundo maior poeta zarolho português, o grande José Cid e o seu… Favas com xóriço.
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