sábado, 26 de janeiro de 2008

O terror do terrorismo

Onde está a nossa liberdade?
Como é que se combate isto?

Cada dia que passa assusto-me mais. Uma coisa é fazer um golpe de estado e acabar com uma ditadura em busca da liberdade. Outra é combater algo que não tem rosto, que pode estar em qualquer lado.

Portugal, este país pacato, de clima ameno e sem dar muito nas vistas, parece que já se tornou num país europeu alvo dos terroristas.

Vamos ter que passar o resto da vida a olhar por cima do ombro? Parece que sim e cada vez mais


Espanha: Célula desmantelada em Barcelona preparava vaga de atentados em países europeus, incluindo Portugal - media


Madrid, 26 Jan (Lusa) - A célula de islamistas radicais desmantelada no sábado passado em Barcelona pretendia cometer uma vaga de atentados suicidas em vários países europeus, incluindo Portugal, escreve hoje o jornal El Pais, citando declarações de uma "testemunha protegida".

Esta testemunha "infiltrada", que fazia parte de um grupo de presumíveis suicidas encarregado de realizar "três ataques" na Espanha, está na origem da operação que conduziu à detenção de 12 paquistaneses e dois indianos, refere o jornal citando fontes da polícia.

Esse indivíduo chegara recentemente a Barcelona de comboio, proveniente da França, para preparar atentados e terá sido a sua denúncia que permitiu desencadear a detenção do grupo de islamistas em Barcelona.

"A testemunha protegida revelou que o grupo era composto por seis suicidas, sendo ele próprio um deles, e preparava três ataques na Espanha e outros na Alemanha, França, Portugal e Reino Unido", escreve o diário espanhol.

O metro de Barcelona era um alvo privilegiado e os explosivos deviam ser transportados em sacos pelos suicidas e accionados à distância por outra pessoa, segundo o jornal.

Estes atentados seriam reivindicados por um ramo da Al-Qaida, através de um líder talibã que se encontra no norte do Paquistão, na fronteira com o Afeganistão, afirma ainda o jornal baseando-se nas declarações da testemunha.

Segundo um outro jornal, o Diário da Catalunha, a testemunha protegida é uma pessoa infiltrada que trabalha para os serviços secretos franceses.

O ministro do Interior espanhol, Alfredo Perez Rubalcaba, confirmou sexta-feira durante uma conferência de imprensa que uma "testemunha protegida" informou que um atentado estava iminente mas que as provas recolhidas não permitiam confirmar essa afirmação.

Dez dos 14 interpelados no sábado passado foram postos em prisão preventiva.

Também o vice-presidente do Observatório de Segurança, Crime Organizado e Terrorismo disse esta semana que Portugal não é alvo dos ataques terroristas, mas sim um país de trânsito devido à proximidade com Espanha e o Norte de África.

"Não devemos entrar em pânico, nem ter medo, mas realmente Portugal - devido à proximidade com Espanha e Norte de África - deve ter em conta as ameaças", uma vez que "somos um ponto de movimentação", afirmou à Agência Lusa José Manuel Anes, ex-Director do Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária.

Também esta semana o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, afirmou hoje que o nível de alerta face a uma ameaça de terrorismo em Portugal mantém-se e escusou-se a revelar se existem no país fundamentalistas islâmicos.

"O nível de alerta mantém-se. Foi essa uma conclusão desta reunião", afirmou Rui Pereira aos jornalistas, no final do plenário do Gabinete Coordenador de Segurança (GCS), que esta semana se reuniu de emergência para fazer o ponto de situação da informação disponível sobre indícios de ameaça terrorista em Portugal na sequência das detenções em Barcelona.

Questionado sobre a presença de uma célula terrorista em Portugal, o ministro sublinhou que "a alegada presença de elementos fundamentalistas islâmicos é objecto de medida das forças de segurança portuguesas que não devem ser reveladas".

A reunião do GCS, em que estiveram presentes também o ministro da Justiça, Alberto Costa, representantes da PSP, GNR, SEF, SIS, PJ, CIRP, Direcção Geral de Autoridade Marítima, Instituto Nacional de Aviação Civil e Autoridade Nacional de Protecção civil, serviu, segundo o ministro, "para garantir uma boa coordenação e uma troca de informações entre os serviços de segurança portugueses e as suas congéneres europeias, nomeadamente a espanhola".

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